O que são os seres virtuais? Trajeto pelas existências mínimas | Curso com Peter Pál Pelbart

O QUE SÃO OS SERES VIRTUAIS? TRAJETO PELAS EXISTÊNCIAS MÍNIMAS | curso com PETER PÁL PELBART

Segundo o filósofo Etienne Souriau, diferentes modos de existência povoam o mundo. Entre elas, uma retém particularmente sua atenção, a dos seres virtuais. São como potencialidades que acompanham cada existência, mas que precisam de nossa solicitude para se atualizarem: somos como os “advogados” de seu direito a existir. Isso vale nas artes, na filosofia, na própria existência. Está em Fernando Pessoa, em Beckett, em Kafka.

O curso deve girar em torno desses seres virtuais, que nos rodeiam, que nos atravessam, com os quais criamos obras e vida. Ao acompanhar o livro de David Lapoujade a respeito, intitulado As existências mínimas, nos abriremos a uma concepção profundamente pluralista e perspectivística.

Plano do curso:
1- Os modos de existência
2- O direito de existir
3- A perspectiva
4- A criação
5- A instauração
6- A catástrofe

Cronograma:
Março 12, 19, 26
Abril 02, 09, 16, 23, 30
Maio 07, 14, 21, 28
Junho 04, 11, 18 e 25

Datas: 12 de março a 25 de junho de 2018
Horário: 20h30 às 22h
Duração: 16 encontros
Local: R. Amália de Noronha, 301
(5 min. do metrô Sumaré)

Vagas limitadas! Garanta já a sua:
atelierpaulista@gmail.com

 

Desdobramentos Gráficos de um Sujeito Paradoxal: Stendhal | curso com Ignez Mena Barreto

maria ignez mena barreto

 

DESDOBRAMENTOS GRÁFICOS DE UM SUJEITO PARADOXAL: STENDHAL

curso com IGNEZ MENA BARRETO

 

Durante quase dois séculos, Stendhal foi um escritor confidencial. Dandy parisiense, freqüentador dos salões da moda no início do século XIX, escritor de ensaios, romances e jornalista de cento e setenta pseudônimos, Stendhal era capaz de criar debates acalorados na imprensa da época entre facções opostas que se digladiavam contrapondo obras que eram ambas escritas pelo mesmo. Adepto de disfarces e do teatro na vida real, dele dizia seu amigo íntimo Prosper Mérimé, “ninguém nunca soube exatamente que pessoas frequentava, que livros havia escrito, que viagens havia feito”… E o mistério perdurou mais de um século depois de sua morte, e perdura, de certa forma, até os dias de hoje.

O manuscrito da Vie de Henry Brulard, autobiografia cujo título traz a marca desse gosto pelo jogo de máscaras, não é dos ingredientes menos saborosos desse grande enigma que são o personagem e a obra de Stendhal. Ao longo de sessões diárias dedicadas à escrita, lembranças vão aflorando em texto, e logo em desenhos. Esquemas, plantas baixas rudimentares, croquis interrompem regularmente o curso da escrita, registrando em outro médium o afluxo das lembranças: o espaço, a posição dos personagens, o conflito ou a situação em que estavam envolvidos são indicados por meio de um sistema gráfico de uma simplicidade e de uma engenhosidade surpreendentes. Impossível de eliminar esses desenhos sem mutilar o texto, eles são parte integrante, e às vezes os pontos de maior intensidade da obra. A presença desses desenhos (em torno de 197) constitui apenas a face mais imediatamente visível da grande incógnita que é esse manuscrito. A Vie de Henry Brulard é uma daquelas obras que quanto mais se lê, e quanto mais se pensa sobre o que se lê, mais espesso fica seu mistério. A ideia desse curso é explorar a riqueza gráfica desse manuscrito, analisar a relação sui generis que ali se estabelece entre texto e imagem e, recolhendo ao longo das páginas os rastros de uma subjetividade que por ali passou, compartilhar com o grupo a experiência de leitura singular que propõe essa joia da literatura universal.


Datas:
 27 de setembro a 25 de outubro de 2017
Período: Quartas, das 20h – 22h
Duração: 5 encontros
Local: Rua Amália de Noronha, 301
(5 min. do metrô Sumaré)

 

Vagas limitadas! Inscreva-se:
atelierpaulista@gmail.com

 

MARIA IGNEZ MENA BARRETO
É especialista em Língua e Literatura Francesa, formada em linguística pela Universidade de São Paulo, doutora em Literatura francesa pela Universidade de Paris, pós-doutora em Literatura francesa pela USP, autora de vários estudos nas áreas de literatura e de arquitetura publicados em revistas francesas e brasileiras. Morou 27 anos na França onde foi membro do ITEM/CNRS (Institute des Textes et des Manuscrits Modernes do Centre National de Recherche Scientifique) e da equipe “Manuscrits de Stendhal” da Université Stendhal (Grenoble 3), professora de língua e literatura francesa, conferencista, tendo participado e organizado congressos, colóquios e seminários em várias instituições entre as quais a Université de Paris/Sorbonne, a Université Stendhal (Grenoble 3) e a ENS/Ulm (École Normale Supérieure de la rue d’Ulm).

Pré-cinema | curso com Raimo Benedetti

 

PRÉ-CINEMA
curso com RAIMO BENEDETTI

 

“O cinema, nos seus primórdios, não era ainda o que chamamos de cinema. Ele reunia, na sua base de celulóide, várias possibilidades de espetáculos derivados das formas populares de cultura, como o circo, o  carnaval, a  pantomima,  a  prestidigitação e  a lanterna mágica”.

(Arlindo Machado)

 

O interesse pela arqueologia das imagens ópticas vem ganhando cada vez mais adesão e relevantes relações entre as práticas ancestrais com a produção audiovisual contemporânea vêm sendo desenvolvidas. O curso Pré-Cinema pretende apresentar tais relações a partir da história de antigas formas e dispositivos de conferir movimento às imagens, como a câmera obscura, a lanterna mágica, a fantasmagoria, o panorama, os objetos óticos e cinéticos, que estão na gênesis de um enorme acúmulo de práticas cuja ressonância reverbera até os dias de hoje. Relacionando-os com presente, pretende-se despertar a atenção de interessados oferecendo uma visão mais ampla sobre a história das tecnologias da imagem.

Por meio da reunião e exibição de vasto material de arquivo como fotos, filmes e documentos, espera-se expandir a percepção histórica da constituição do cinema e ecoar a convicção do pesquisador francês Laurent Manonni de que “O sonho de projetar numa parede ou numa tela imagens luminosas e animadas é, na história da humanidade, quase tão antigo quanto ao sonho de voar”.


Datas:
10 a 31 de agosto de 2017
Período: Quintas, 20h – 22h30
Duração: 4 encontros
Local: R. Amália de Noronha, 301
(5 min. do metrô Sumaré)


Vagas limitadas! Inscreva-se:
atelierpaulista@gmail.com


RAIMO BENEDETTI

É videoartista. Cursou Cinema e Vídeo na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Atua no campo das imagens em movimento desde os anos 1990. Atualmente trabalha como produtor e montador de filmes cinematográficos e videografias, além de ministrar aulas sobre o campo expandido dessas áreas de conhecimento. No ano 2000 criou para o MAM de São Paulo o curso “Vídeo Experimental”. Foi bolsista do Centro de Arte Contemporânea Arteleku. Passou pelas instituições artísticas e acadêmicas: Fundació La Caixa (Espanha), Instituto Tomie Ohtake, Universidade de São Paulo e Museu de Imagem e Som. Participou de vários festivais como ERTZ, Cube, Motomix, SPA, dentre outros. Foi indicado ao Prêmio Sérgio Motta em 2009 e contemplado pelo programa do Instituto Itaú Cultural “Rumos Audiovisual”, em 2010. Desde então se dedica a construção de uma arqueologia das mídias para as imagens em movimento. Nesse sentido, criou os cursos Pré-Cinema e Cinema das Atrações. No momento está em processo a composição de um livro de sua autoria sobre Eadweard Muybridge e Éttiene-Jules Marey, cuja publicação pela Editora SESI-SP está prevista para 2017.

 

PROGRAMA

Aula 01_Do Teatro de Sombra à Camera Obscura

Luz e sombra, reflexão e refração, óptica e cinética. O esforço em controlar a propagação natural da luz gerou uma série de práticas que estão na gênese das manifestações da imagem luminosa. Quando encontra um simples orifício, a luz se comporta de modo fascinante naquilo que é conhecido como o fenômeno da câmera escura.

Aula 02_Da Lanterna Mágica ao Panorama

Foi na década de 1650 que o projetor de imagens fixas foi inventado e depois batizado de lanterna mágica. As lanternas portáteis do século XVIII promoveram a difusão em camadas populares e o invento reinou absoluto por 250 anos até encontrar em sua frente o cinematógrafo. Nesse longo e rico período os espetáculos de projeções luminosas ganharam em dimensão e diversidade, servindo para a difusão do conhecimento, para o entretenimento e para estudos científicos.

Aula 03_Fotografia e Cronofotografia

Lançada comercialmente em 1839, a fotografia esperou quase 50 anos para emprestar seus atributos ao cinema. No início, para se registrar fotograficamente uma cena seria necessário horas de exposição do material sensível em placas de daguerreótipo. Com a criação de emulsões fotográficas mais sensíveis à luz surge a cronofotografia, um sistema de captação de imagens sucessivas e intermitentes. O princípio cronofotográfico seria aprimorado no cinematográfico às vésperas do lançamento do cinematógrafo.

Aula 04 _ O nascimento do cinema – contexto histórico

Os espetáculos de projeções luminosas encontraram no modelo do cinematógrafo as condições ideais para a exploração dentro da sociedade industrializada que se formou ao longo do século XIX.  Para se consolidar como um produto cultural de massa, o cinema em seus primórdios investiu em sua capacidade de atrair a atenção de consumidores e por essa razão o período foi designado, pelo historiador americano Tom Gunning, como Cinema das Atrações.  Marcado por filmes de curta duração, o conjunto da filmografia do período não tem uma padronização de formato, mas é caracterizado pelo seu índice de inventividade, experimentação e uso frequente de efeitos especiais.

 

Espinosa, Antídoto para Tempos Sombrios | curso com Peter Pál Pelbart

curso com peter pal pelbart

ESPINOSA, ANTÍDOTO PARA TEMPOS SOMBRIOS
curso com PETER PÁL PELBART

Espinosa é o filósofo que não pára de nos surpreender. Por sua concepção radical da imanência, por sua maneira de pensar a potência, os afetos, as paixões, pelo modo como se coloca para além do bem e do mal, da moral e da superstição, em pról de uma ética – sutil e complexa. Pois Espinosa inaugurou um modo novo de conceber a relação entre corpo e mente, dor e alegria, paixão e ação, que aliás as ciências contemporâneas tendem cada vez mais a corroborar. Mas além disso, o acento na singularidade, na alegria como aumento de potência, sua idéia de liberdade, sua concepção de democracia – tudo parece dirigir-se ao coração de nosso presente, cada vez mais claustrofóbico e niilista. Não será seu vitalismo o melhor antídoto filosófico para nossos tempos sombrios?

O curso desse semestre será dedicado à leitura de fragmentos da Ética, valendo-se dos comentadores que não só nos ajudam a clarear um livro difícil, mas que ademais dão dele interpretações consentâneas às perguntas do presente.

O curso é dirigido a qualquer pessoa, tenha ou não formação filosófica, tenha ou não ouvido falar no autor. Não há pré-requisito algum.


Bibliografia básica

Espinosa, Ética. Tradução: Grupo de Estudos Espinosanos, Coord. Marilena Chaui. São Paulo, Edusp, 2015 (usaremos esta tradução)

Bibliografia auxiliar

Marilena Chaui, A nervura do real II, São Paulo, Cia das Letras, 2016.
Gilles Deleuze, Spinoza ou le problème de l´expression, Paris, Minuit, 1968.
Laurent Bove, La estrategia del conatus : Afirmacion y resistencia en Spinoza, Cruce, Buenos Aires, 2014.
Antonio R. Damasio, Em busca de Espinosa, São Paulo, Cia das Letras (esgotado).
Antonio Negri, A anomalia selvagem, São Paulo, Ed. 34, 1993 (esgotado)

Cronograma:

Março 13 20, 27
Abril 3, 10, 17, 24
Maio 8, 15, 22, 29
Junho 5, 12, 19
Julho 3

Datas: 13 de março a 3 de julho de 2017
Horário: 20h30 às 22h
Duração: 16 encontros
Local: R. Amália de Noronha, 301
(5 min. do metrô Sumaré)

Vagas limitadas! Garanta já a sua:
atelierpaulista@gmail.com

 

Arduino para Projetos Criativos | curso com Daniel Jorge

curso arduino

ARDUINO PARA PROJETOS CRIATIVOS
curso com Daniel Jorge

O Arduino é uma ferramenta de programação eletrônica open source (código livre) voltada para o desenvolvimento de projetos interativos, artísticos, automação de dispositivos sonoros e visuais. Tem como características a fácil aprendizagem, baixo custo e uma intensa comunidade de usuários ao redor do mundo. Criado na Itália por um grupo de professores e alunos, o Arduino ao longo dos últimos 8 anos figura em diversos projetos artísticos, sendo seu uso no meio criativo cada vez mais frequente.

O curso pretende introduzir as funcionalidades básicas da plataforma e autonomizar os participantes a desenvolverem seus próprios projetos criativos. Não é preciso ter conhecimento prévio na área, tampouco ter os equipamentos específicos que já estarão inclusos. Basta trazer seu notebook. Se você é artista, designer, ou mesmo um entusiasta de novas tecnologias, venha aprender conosco esta incrível ferramenta artística em três aulas que priorizarão a prática.


Datas:
 21 de maio a 4 de junho de 2016
Período: Sábados, das 14h às 18h
Duração: 3 encontros
Número de vagas: 15
Local: Rua Amália de Noronha, 301
(5 min. do metrô Sumaré)

Vagas limitadas! Inscreva-se:
atelierpaulista@gmail.com


Programa:

Aula 1 – 21/05

  • Introdução ao Arduino (o que é, história, exemplos de projetos)
  • Introdução à elétrica e aos equipamentos (protoboard, multímetro)
  • Preparação e instalação da IDE
  • Introdução à programação com Arduino
  • Exemplos práticos

 

Aula 2 – 28/05

  • Programando sinais elétricos com Arduino
  • Recebendo sinais elétricos com Arduino
  • Fazendo som com Arduino
  • Mini Projeto: Jogo da memória (GENIUS)

 

Aula 3 – 04/06

  • O que são sensores?
  • Sensor de luz (LDR)
  • Potenciômetro
  • Chave relay
  • Sensor de temperatura
  • Sensor de distância
  • Mini Projeto: Theremin

 

Kit incluso no curso:

  • Arduino UNO
  • Protoboard
  • Resistores
  • Fios
  • LDR
  • Ultra­sônico
  • DHT­11
  • Módulo Relay
  • Buzzer
  • LED’s
  • Push­Buttons

 

 

DANIEL JORGE

É membro fundador do grupo de pesquisa USP Hardware Livre (http://hardwarelivreusp.org/sobre) voltado para sistema embarcado e ensino de tecnologia abertas para desenvolvimento de projetos. O grupo já realizou apresentações para o Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME – USP), Master Tech e Virada Cultural da USP de 2014 e 2015. Daniel é técnico em eletrônica pelo Instituto Federal de São Paulo e graduando de Ciência da Computação no IME – USP.

A Produção Cultural no Brasil | Curso com Inti Queiroz

producao cultural inti

A PRODUÇÃO CULTURAL NO BRASIL
curso com INTI QUEIROZ

O curso trará um amplo panorama sobre a esfera das políticas culturais, abordando os processos históricos, as leis, programas de cultura e reflexões.

Público-alvo: Pesquisadores, artistas, produtores culturais, jornalistas e demais interessados que buscam iniciar seus estudos sobre produção cultural

Data: 7 e 14 de abril/ 2016
Período: Quintas, 19h – 22h30
Duração: 2 encontros
Local: R. Amália de Noronha, 301
(5 min. do metrô Sumaré)

Vagas limitadas! Garanta já a sua:
atelierpaulista@gmail.com


Programa

♦ Primórdios das políticas públicas de cultura no Brasil: da chegada da família real, o Estado-novo e a ditadura política dos anos 60;
♦  Redemocratização política dos anos 80 e a implantação das leis de incentivo à cultura no Brasil;
♦ A história do Ministério da Cultura;
♦ A Lei Sarney e a conjuntura da redemocratização;
♦ A Lei Rouanet nos governos FHC, Lula e período atual;
♦ Perspectivas para a implantação da nova lei de incentivo á cultura federal – Procultura
♦ A história das leis de incentivo à cultura em São Paulo;
♦ Programas de cultura SP: estadual e municipal (Proac, Organizações Sociais, VAI, Promac e programas de formação);
♦ Leis e programas federais de cultura: panorama atual de possibilidades de uso;
♦ Cultura Viva e os Pontos de Cultura como alternativa sustentável;
♦ Sistema Nacional de Cultura e Plano Nacional de Cultura;
♦ Sistemas Estaduais e Municipais de Cultura;
♦ Conselho Nacional de Políticas Culturais e Fundos Setoriais de Cultura
♦ Mapas de Cultura (SNIIC e SP Cultura);
♦ Reflexões sobre a esfera político-cultural atual e aplicação na gestão de políticas públicas de cultura.


INTI QUEIROZ
Produtora cultural, bacharel em Linguística e Língua Portuguesa. Doutoranda e mestre em Filologia e língua portuguesa pela FFLCH – USP. Atualmente desenvolve uma pesquisa de doutorado sobre a nova arquitetônica da esfera político-cultural brasileira a partir do Sistema Nacional de Cultura. Desde 2002 é gestora de projetos culturais de diversos tamanhos nas áreas de teatro, audiovisual, artes visuais, patrimônio histórico e música.  Produz dois eventos paulistas de música instrumental, o Festival PIB – Produto Instrumental Bruto e o Festival Expresso Jazz SP.

Crítica e Clínica em Deleuze | Curso com Peter Pál Pelbart

curso peter pal pelbart 2016

CRÍTICA E CLÍNICA EM DELEUZE:
FILOSOFIA/ LITERATURA/ CLÍNICA/ POLÍTICA

curso com PETER PÁL PELBART

Deleuze diz coisas raras a respeito da literatura. “Como tornar-se o nômade e o imigrado e o cigano de sua própria língua?” O escritor, insiste Deleuze, escreve “para” os analfabetos, os acéfalos, mesmo para os animais (!) Se ele parece frágil, é por deixar-se atravessar por uma vida “intensa” demais – ele “viu” e “ouviu” coisas excessivamente fortes que o deixam esgotado, mas que lhe dão “devires que uma gorda saúde dominante tornaria impossíveis.” Como se vê, a literatura é uma questão de vida, não de morte, de pensamento, não de cultura. “Encontrar os pontos de não-cultura e de subdesenvovimento, as zonas linguísticas de terceiro mundo por onde uma língua escapa, um animal se introduz, um agenciamento se ramifica. Quantos estilos, ou gêneros, ou movimentos literários, mesmo bem pequenos, só têm um sonho: preencher uma função maior da linguagem, fazer ofertas de serviço como língua do Estado, língua oficial (…) Ter o sonho contrário: saber criar um devir-menor”. Assim, a literatura diagnostica os sintomas da “enfermidade” homem e inventa possibilidades de vida, como a filosofia. Não por acaso a literatura ocupa na filosofia de Deleuze tamanha relevância, e está em sintonia com ela.

O curso desse semestre tem como proposta percorrer esses tópicos, mas sempre a partir da matéria literária que Deleuze abordou: Kafka, Artaud, Lawrence, Miller, Beckett, Melville, Whitman, Masoch, Gherasim Luca, Proust, Pessoa, Blanchot. Mas também serão evocados autores brasileiros que Deleuze não chegou a conhecer, e que têm com essa linhagem grande afinidade: Clarice, Guimarães, Oswald– e por que não? também jovens autores contemporâneos que o grupo se dispuser a abordar.

Bibliografia básica:
G. Deleuze, Crítica e clínica, trad. P. Pelbart, São Paulo, Ed. 34, 1997.

Cronograma:
Março 7, 14, 21, 28
Abril 4, 11, 18, 25
Maio 2, 9, 16, 23, 30
Junho 6, 13, 20, 27

Datas: Segundas, 7 de março a 27 de junho/ 2016
Horário: 20h30 – 22h
Duração: 17 encontros
Local: R. Amália de Noronha, 301
(5 min. do metrô Sumaré)

 

Vagas limitadas! Garanta já a sua:
atelierpaulista@gmail.com